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Edição 2019.1

“MAIS QUE CHOCOLATINHOS”

Capa da Edição n° 6 Ano 2019
Capa da Edição n° 6 Ano 2019

 

1. EDITORIAL: MAIS QUE CHOCOLATINHOS 

Após o anúncio bloqueio arbitrário de 30% da verba das universidades federais UnB, UFBA e UFF, o MEC resolveu estender a política previamente anunciada e promover o bloqueio à todas as universidades do país. Para a UFG o impacto estaria calculado em 32 milhões. A Capes sofreu um contingenciamento num valor de 819 milhões, inviabilizando a produção de pesquisas. 

Após a polêmica da decisão o MEC alegou que os 30% eram referentes às verbas discricionárias. Mas estas representam 20% do orçamento total das UF’s, totalizando 1,7 bilhões de reais congelados. 

Além disso ficou clara a retaliação às primeiras universidades a sofrerem o congelamento, pois são divergentes ideologicamente ao praticado pelo governo. 

“a educação não pode ser tratada como despesa ou um investimento na bolsa de valores: é um investimento direcionado ao povo brasileiro”. “os governos passam, mas a universidade fica” 

 

2. UFG EM PAUTA: 15 DE MAIO: UM DIA DE LUTA

No dia 15 de maio de 2019 o importante foi lutar. Houve mobilizações realizadas a nível nacional pelo movimento estudantil para reivindicar educação de qualidade e se manifestar contra o corte de verbas realizado pelo MEC as universidades. Afetando não somente àqueles estudam nas instituições, mas aqueles que sonham em um dia entrar nelas. A manifestação foi pacífica e contou com a participação de pessoas de diversos ideais político-partidários. 

 

3. EXTENSÃO: GEMASC 

O Grupo de Estudos em Métodos Adequados de Solução de Conflitos engloba os times UFG de Arbitragem, Mediação e Negociação. O grupo tem por objetivo desenvolver os alunos em assuntos altamente relevantes para o contexto futuro do direito, além de participações em competições nacionais e internacionais de Negociação e Arbitragem. 

O GEMASC disputou a Etapa regional do meeting de negociação em Brasília, consagrando o 2º lugar do Centro Oeste. Conquistaram ainda o Awards de melhor condução do processo, melhor estratégia negocial e melhor negociador. Em Belo Horizonte, o GEMASC disputou a etapa nacional buscando a chance de representar o brasil na etapa internacional da INC - Japão.   

 

4. RESISTIR: O DESAFIO DO BRASIL 

No dia 12 de março de 2019 o Salão Nobre da faculdade de direito recebeu a jornalista, ex-deputada e ex-candidata a vice-presidência da república. Com uma história política advinda do movimento estudantil, Manuela trouxe a goiânia seu  discurso e seu recém publicado livro “Revolução Laura”, no qual retrata as mudanças imprimidas pela maternidade em sua carreira e vida pessoal. Relembrou sua trajetória e a importância de goiânia a ela. O teor da discussão do dia 12 pairou sobre a prisão de dois suspeitos da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes. Também citou a rede de fake news traçada pelas redes sociais e disseminadas indiscriminadamente. Discutiu acerca dos problemas econômicos brasileiros, a longeva crise que o mundo vive devido às profundas transformações no modo de produção dado o avanço tecnológico. 

Manuela, ainda, trouxe à discussão o papel da mulher frente a esses enfrentamentos. Sob um olhar esperançoso, mas realista, o momento de tensão política foi o grande assunto da noite. “é preciso saber que depois do inverno a primavera chegará, sempre chega, a seca acaba e caem os primeiros pinguinhos e as árvores, desesperadas, florescem”. 

 

5. O PAPEL DA CONTRACULTURA EM FACE DO CONSERVADORISMO 

A contracultura significa “a mentalidade daqueles que rejeitam e questionam valores e práticas da cultura dominante na qual fazem parte”. Dois exemplos são o movimento de músicos brasileiros durante a ditadura militar e o Black Metal norueguês. Em um, o Brasil de 60-80 sofria repressão e censura, no outro, na Noruega dos anos 90, tinha-se uma sociedade com índice de Desenvolvimento Humano próximo do perfeito e liberdades individuais garantidas. Nos dois casos a contracultura se manifestou devido ao conservadorismo. No brasil, a música foi utilizada como maneira pacífica de conscientizar e manifestar o desejo de liberdade. No caso Norueguês, o movimento contra os valores cristãos a partir do Black Metal, que chegou ao extremo de incendiar igrejas, isso mostra que a sociedade aqui era livre para permitir o surgimento de expressões como essa, que, por sua vez tinha como objetivo apenas ir contra a maré da própria sociedade. Portanto, a contracultura funcionará quando todo o seu potencial gerar mudanças significativas nos sistema em que ela se opõe. 

 

6. REPORTAGEM ESPECIAL: DEPRESSÃO E ANSIEDADE EM AMBIENTE UNIVERSITÁRIO 

É comum e frequente que calouros universitários sofram com pelo menos um dos distúrbios como a ansiedade e  depressão, dado o ambiente de pressão individual e competitividade a que o estudante faz parte. A melhor forma de lidar com o problema, segundo a psicóloga Cássia Neves Pimenta, é por meio do autoconhecimento, com a ajuda dos profissionais da saúde mental. Na UFG desde 2013 é oferecido um lugar de acolhimento em meio a pressão, o programa saudavelmente foi criado com o propósito de promover a saúde mental entre os discentes e assistência àqueles que estão em sofrimento psíquico de forma mais grave. 

 

7. ESPORTES: FUTEBOL DE CINCO

o futebol de cinco mais conhecido como “futebol para cegos” possui quatro atletas de linha e um goleiro. Os goleiros possuem visão total, enquanto os jogadores variam na  porcentagem de visão conforme a categoria. 

A quadra é dividida em três áreas, na qual há uma pessoa para passar as informações necessárias aos jogadores, sua posição em campo, distância do gol e localização da bola. Os jogadores sempre que avançarem precisam dizer “vou” para que se evitem acidentes. Nesse esporte a quadra não tem saída lateral, existem placas que impedem que a bola saia, de modo a garantir maior celeridade e dinamismo ao jogo. A bola possui guizos, eles fazem barulhos fazendo com que os jogadores identifiquem a posição da bola. 

Walisson, um aluno da Faculdade de Direito da UFG, contou em entrevista um pouco mais sobre como é a experiência de um jogador desse esporte e como é fazer parte da seleção Paraolímpica brasileira. 

 

8. FD EM PAUTA: NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DA UFG GARANTE ASSISTÊNCIA JURÍDICA A MAIS DE 200 PESSOAS NO ÚLTIMO ANO. 

O Núcleo de Assistência jurídica (NPJ) da Faculdade de Direito da UFG realiza atendimento jurídico gratuito a pessoas que não têm condições de pagar por um advogado, atuando tanto na área cível quanto na criminal. Só no último ano, foram mais de 200 pessoas assistidas pelo Núcleo. 

Para ser atendido, é preciso agendar por telefone ou presencialmente. Devido à demanda, os agendamentos para causas cíveis são feitos com uma espera média de 45 dias. Já para causas criminais normalmente não há tempo de espera, podendo o atendimento ser feito em data próxima ao pedido. 

 

9. BRASIL: O GIGANTE DAS MÃOS DE BARRO 

As tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambos em Minas Gerais, são, em termos coloquiais, verdadeiramente, um tapa na cara da sociedade brasileira - sobretudo nas autoridades pátrias - atestando que, o nosso País, em nada evoluiu no combate à impunidade, na deferência à natureza e, acima de tudo, no respeito à vida. Após o romper das referidas barragens de minérios, o saldo verificado “sintetiza-se” em mortes, famílias dilaceradas, cidades inutilizadas e, principalmente, uma overdose de irresponsabilidade e ausência de punição. 

Nesse mesmo diapasão, ecoa-se a ânsia perversa pela maximização dos lucros e uma chocante anomia frente a essas ações desumanas. 

 

10. EXISTE ARTE E VIDA NA ÉFI DÊ

Desafiando o ambiente árido da tradicional Faculdade de Direito da UFG, numa até então morna noite de terça-feira, a diretora, professora Bartira Miranda, apareceu nos corredores do andar da Faculdade em vestes árabes para uma apresentação de dança do ventre. Acompanhada da parceira de dança Nancy Ribeiro, a dupla executou com competência os passos durante duas únicas músicas. 

A apresentação de dança, no entanto, não foi aleatória. Ela inaugurou a série de apresentações do projeto de extensão Instantes Inquietantes, projeto este que possui como objetivo provocar a comunidade acadêmica e despertar novos olhares por meio de apresentações artísticas e culturais no espaço físico da Faculdade de Direito. 

 

11. CARREIRA JURÍDICA: A CARREIRA PÚBLICA DE JUIZ 

Dando continuidade à abordagem sobre as carreiras públicas, o Folhetim XI de Maio conversou com o magistrado Luis Carlos Valois, que atualmente está realizando pesquisa na Alemanha, em que vai contar a história da rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (COMPAJ), no Amazonas, a maior da história do Brasil. Segundo relata Valois, o que motivou a pesquisa foi o interesse da Alemanha em saber das condições dos presos brasileiros e o que leva a um massacre desse tipo em uma instituição pública. No trabalho, o magistrado vai pesquisar as vidas dos que morreram e criar suas biografias com o objetivo de humanizar as pessoas mortas na instituição.

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